Parélio não é Nibiru..

Nibiru é o astro polêmico amplamente discutido em “mostrado” em mídias na Internet. Não só ele, como também Hercólubus, Palnet X.

Dentre tantas fotos e vídeos expostos e que geram os mais acalorados debates, parte delas nada mais é do que um fenômeno atmosférico terrestre, que por sua beleza e “mistério” faz originar várias interpretações e as polêmicas teorias dos astros acima.

Cena de 2010 de um parélio em Estocolmo, Suécia

Cena de 2010 de um parélio em Estocolmo, Suécia

  • Nibiru
  • Resumidamente, Nibiru seria dentro de uma pseudo-ciência o nome de um hipotético planeta proposto por Zecharia Sitchin, baseando-se na ideia de que as civilizações antigas tinham feito contatos com extraterrestres, uma hipótese considerada inverossímil pela maioria dos cientistas e historiadores. Segundo Zecharia Sitchin, este povo conhecia todos os planetas do sistema solar, inclusive Nibiru, um planeta lento que inicialmente transladava a cada 3.450 no Sistema Solar.
  • Zecharia Sitchin falecido em Nova Iorque, em 9 de outubro de 2010 foi um arqueólogo, tradutor e autor de livros defendendo uma versão da teoria dos astronautas antigos para a origem da humanidade. Ele atribui a criação da antiga cultura suméria aos “anunnaki” (ou “nefilim”), uma raça extraterrestre nativa de um planeta chamado Nibiru, que se encontraria nos confins do Sistema Solar. Ele afirma que a mitologia suméria é a evidência disto, embora suas especulações sejam descartadas por alguns historiadores ortodoxos, que discordam de sua tradução dos textos antigos e de sua interpretação dos mesmos.
  • Hercólubus:
  • Hercólubus (ou planeta vermelho) é um suposto planeta, criado na segunda metade do século XX e é descrito no livro Hercolubus or Red Planet de V. M. Rabolú. Segundo ele, esse planeta seria um planeta órfão e estaria se aproximando perigosamente da Terra, como já teria ocorrido no passado. O nome deste planeta teria surgido dos antigos sumérios que o chamavam de Ekolubus.
  • Rabolú alega que Hercolubus se aproximará novamente da Terra, daí muitas observações “estranhas” na Terra tenha sido atribuída a este planeta. Rabolú também faz analogia com a Bíblia, na qual supostamente há várias passagens narrando a passagem deste planeta, como no Apocalipse 8:11: E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.”
  • Alguns analistas julgam que Hercolubus nada mais seria que a estrela Barnard, que estaria a uma distância de 5,98 ± 0.003 anos luz da Terra, e que deveria estar viajando a uma velocidade de 16 mil quilômetros por segundo (uma fração apreciável da velocidade da luz) para passar pela terra em menos de um século (mais aproximadamente menos de cinco anos). Apesar de estar se aproximando da Terra, a estrela de Barnard vai estar em seu ponto mais próximo do Sol aproximadamente no ano 11.700, quando estará a cerca de 3,8 anos-luz. Segundo alguns autores, Hercólubus seria o planeta mais externo do Sistema Solar, tendo uma órbita aproximada de 6.666 anos terrestres e aproximadamente seis vezes o tamanho de Júpiter. Não a toa observações com imagens e vídeos tem sido atribuídos ao pseudo planeta. Ele seria uma anã marron, mais visível no infravermelho, e em suas exposições na Internet seriam chamadas de 2º sol.
  • Planeta X:
  • O “planeta X” é um suposto corpo celeste do sistema solar cuja órbita estaria além da de Netuno. Quando do surgimento desta hipótise, no século XIX, astrônomos propuseram que irregularidades observadas na órbita de Netuno e de outros gigantes gasosos pudessem ser causadas por este planeta hipotético. Isto foi motivado pela descoberta do próprio Netuno, cuja órbita e massa foram previstas com base nas observações das perturbações orbitais de Urano. Ainda sobre este mar hipotético e a busca pelo planeta X provocou a descoberta de Plutão, em 1930. Plutão, porém, não foi validado como o Planeta X pois sua massa não era suficiente para justificar as irregularidades registradas na órbita de Netuno.
  • Contudo para a maioria dos astrônomos, a hipótese do planeta X foi rejeitada quando as missões das sondas Voyager e Pioneer permitiram recalcular as massas dos gigantes gasosos e não detectaram nenhuma perturbação gravitacional além da órbita de Netuno. Mas em maio de 2012, Rodney Gomes, astrônomo do Observatório Nacional do Brasil, propôs através de revisões cálculos orbitais que há sim a possibilidade da existência de um astro quatro vezes maior e 1,5 mil vezes mais distante do Sol do que a Terra, interferindo em órbitas de objetos do cinturão de Kuiper localidado após a órbita de Netuno.

 

E o Parélio ?

Resumidamente um parélio é uma “mancha brilhante” que aparece num halo (anel) solar. É um fenômeno óptico atmosférico associado principalmente com a reflexão e refração da luz solar por pequenos cristais de gelo provenientes de nuvens cirrus ou cirrostratus. Muito comum são dois parélios serem observados (um de cada lado do sol) simultaneamente. Mas conforme as condições atmosféricas mas parélios podem ser observados num mesmo cenário.


Parélio (ou Sundog) observado em Moscou e também em São Petersburgo em 19 de Janeiro de 2014 


Muitas pessoas a se depararem com esta situação acham que se trata de uma anomalia produzida pela câmera apontada para o Sol. Mas, na verdade, trata-se de um fenômeno meteorológico raro. Segundo a NASA, esse efeito acontece quando a luz do Sol é refletida por cristais de gelo suspensos na atmosfera. As micropartículas acabam funcionando como um “espelho”, e criam a ilusão de dois ou mais sóis, que ficam pareados com o  nosso Astro-Rei.

Este é um fenômeno natural que fascina a humanidade há pelo menos 2,3 mil anos, desde os tempos de Aristóteles. Mais comum em zonas frias, a luz solar interage com pequenos cristais de gelo em suspensão na atmosfera e, sob certas condições, faz surgir pares de manchas brilhantes, considerados então falsos sóis ou cães de Sol, um halo (círculo parélico) e linhas retas (pilares do Sol) ao redor do astro. Em ocasiões ainda mais raras, essas formações também ocorrem nos arredores da Lua. Popularmente o fenômeno é conhecido por “sundogs”

Imagens de um parélio registrado pelo blog em 11 de Julho de 2012 em Campos do Jordão, SP

Imagens de um parélio registrado pelo blog em 11 de Julho de 2012 em Campos do Jordão, SP

O Sol e suas réplicas de menor intensidade são uma ocorrência celeste que tem fascinado o homem há tempos, de acordo com registros escritos e até representações pictóricas desse evento. No século IV a. C., Aristóteles faz referência a esse tipo de evento no livro Meteorologica. Considerado como a primeira representação de Estocolmo, o quadro Vädersolstavlan, de 1535, retrata o fenômeno em sua plenitude nos céus da capital sueca. Ainda no século XVI, o dramaturgo inglês William Shakespeare faz referência ao parélio na terceira parte da peça Henrique VI. O francês René Descartes foi a Roma em 1629 para ver o fenômeno e também escreveu a respeito dele. Em alguns momentos, certas culturas chegaram a associar a ocorrência do parélio com a iminência de guerra, e atualmente são erroneamente descritos ou expostos como sendo a proximidade tenebrosa de Nibiru, Hercólubus, Planet X, ou aberrações inexplicáveis de vários Sóis.


Alguns registros do fenômeno atmosférico parélio em algumas partes do mundo.


De um modo geral as imagens de associação postadas na rede, mostram apenas um lado dos parélios com o Sol e um dos lados (sol refletido), referindo-se a este sol refletido como suposto Nibiru ou Hercólubus ou ainda o Planet X.

Portanto Parélio é uma realidade técnica adequadamente conceituada e sua associação com demais fenômenos aqui mostrados nada mais é que uma relação errônea.


parelio

 

Updated: 10/05/2016 — 7:13 pm

2 Comments

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  1. Isso é um portal para outra dimensão…
    wil

  2. Amaral, ótima matéria e bem explicada! Assim fica mais fácil entender e assimilar. Mais uma vez, parabéns!

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