Epopéia Paulista de 1924
A Revolta Paulista de 1924, também chamada de 'Revolução
Esquecida', "Revolução do Isidoro", "Revolução de 1924" e
de "Segundo 5 de julho", foi a segunda revolta tenentista. Foi o
maior conflito bélico já ocorrido na Cidade de São Paulo.
Comandada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, a revolta teve a
participação de numerosos tenentes, entre os quais Joaquim Távora (que faleceu
na revolta), Juarez Távora, Miguel Costa, Eduardo Gomes, Índio do Brasil e João
Cabanas.
Deflagrada na capital paulista em 5 de julho de 1924 ( 2º aniversário da
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, primeira revolta tenentista), a revolta
ocupou a cidade por vinte e três dias, forçando o presidente do estado, Carlos
de Campos, a fugir para o interior de São Paulo, depois de ter sido bombardeado
o Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo paulista na época.
No interior do estado de São Paulo aconteceram rebeliões em várias cidades, com
tomada de prefeituras.
Os revoltosos entraram em contato com o vice-presidente do estado Coronel
Fernando Prestes de Albuquerque em Itapetininga convidando-o para assumir o
governo revolucionário em São Paulo. O Coronel Prestes que já organizara um
batalhão em defesa da legalidade, na região da Estrada de Ferro Sorocabana,
respondeu aos revoltosos:
"Só aceitaria o governo das mãos do Dr. Carlos de Campos, livre,
espontaneamente, legalmente!" — Coronel Fernando Prestes
A Cidade de São Paulo foi bombardeada por aviões do Governo Federal. O exército
legalista (leal ao presidente Artur Bernardes) utilizou-se do chamado
"bombardeio terrificante", atingindo vários pontos da cidade, em
especial bairros operários como a Mooca e o Brás, e de classe média, como
Perdizes (distrito de São Paulo).
Sem poderio militar equivalente (artilharia nem aviação) para enfrentar as
tropas legalistas, os rebeldes retiraram-se para Bauru, onde Isidoro Dias Lopes
ouviu notícia de que o exército legalista se concentrava na cidade de Três
Lagoas, no atual Mato Grosso do Sul.
Isidoro Dias Lopes e Juarez Távora planejaram, então, um ataque àquela cidade.
A derrota em Três Lagoas, no entanto, foi a maior derrota de toda esta revolta.
Um terço das tropas revoltosas morreu, feriram-se gravemente, ou foram
capturadas.
Vencidos, os revoltosos marcharam, então, rumo ao sul do Brasil, onde, na
cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, uniram-se aos oficiais gaúchos comandados
por Luís Carlos Prestes, no que veio a ser o maior feito guerrilheiro no Brasil
até então: a Coluna Prestes.
Os revoltosos foram finalmente derrotados nos primeiros dias de agosto de 1924,
retornando o Presidente Carlos de Campos à capital paulista.
Um inquérito feito pelo Governo do Estado de São Paulo, logo após o fracasso do
movimento subversivo de julho de 1924, detectou inúmeros casos de vandalismo e
estupros no interior do estado de São Paulo, especialmente sob os olhos do
Tenente João Cabanas, que comandava um grupo de revoltosos, que foi denominado
como A Coluna da Morte.
O inquérito também apurou que muitos coronéis do interior que faziam oposição
ao Dr. Carlos de Campos apoiaram o movimento subversivo de julho.
O general de Divisão Abílio Noronha, comandante da 2ª Região Militar que
abrangia São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, acusou políticos de
estarem por trás da revolta, incitando os militares a aderirem à revolução.
O General Noronha criticou também a retirada precipitada, da capital paulista,
do presidente do estado e das tropas leais a ele, alegando que o governo
paulista tinha condições de ter resistido e vencido os revoltosos, logo no
início da revolta, e dentro da cidade de São Paulo.
Os tenentes e demais militares que participaram desta revolta e das demais
revoltas da década de 1920 receberam anistia dada por Getúlio Vargas logo após
a vitória da Revolução de 1930.
No bairro de Perdizes (distrito de São Paulo), a revolução de 1924 ainda é
comemorada anualmente até hoje em dia.
1924: imagens da revolta
Capa da Revista da Semana, Número
extraordinário, ago.1924.
"Uma villa operaria no Braz".
"Um curioso aspecto do exodo da
população".
"Aspectos de incendios em São Paulo
durante a revolução".
"Aspectos do saque que, infelizmente,
campeou em São Paulo".
"Nos terrenos do Ypiranga. Exhumação
de cadaveres enterrados pelos revoltosos e que as forças legaes levaram para
os cemiterios da cidade". Revista da Semana, Número
extraordinário, ago.1924, p.10. |
Revolução de 1924: Foto de casa atingida por bombas
Croqui mostra plano de invasão do Palácio dos Campos Elíseos pelos revolucionários de 1924
Revolução de 1924: Trincheiras são montadas em plena cidade de São Paulo
Trincheira na esquina da rua Conselheiro Crispiniano com
a avenida São João, na Revolta de julho de 1924.
No dia 5 de julho de 1924 a capital paulista foi ocupada por militares, alguns
dos quais haviam também participado dos levantes de 1922, no Rio de Janeiro.
Esta revolta militar veio posteriormente a se desdobrar, com a participação de
militares gaúchos, na famosa Coluna Prestes, que atravessou o Brasil, sertão
adentro, por quase dois anos.
O movimento exigia a renúncia do presidente Artur Bernardes e tinha como metas
a mudança do sistema eleitoral, a implantação do ensino gratuito pelo Estado e
a garantia de autonomia do poder judiciário. Os revoltosos obtiveram uma ampla
adesão civil da qual participaram professores, estudantes, comerciantes,
funcionários públicos.
As organizações operárias anarquistas e comunistas também tentaram se aproximar
dos rebeldes tendo sido, no entanto, recusado seu apoio.
Após dias de batalhas nas ruas da cidade, os tenentes tomam São Paulo no dia 8
de julho, ocasião em que o governador Carlos de Campos decide abandonar o
Palácio dos Campos Elíseos, deixando a cidade de São Paulo nas mãos dos
revoltosos.
O governo federal decide reagir com rigor em face das experiências de revoltas
anteriores. Por ordem do presidente da República, Artur Bernardes, a capital
paulista é bombardeada a partir do dia 11. O ataque deixa o saldo de 503
mortos, enorme quantidade de feridos e faz com que a população abandone São
Paulo às pressas.
O prefeito Firmino Pinto, em seu relatório sobre os efeitos da revolta,
calculou em 500 o saldo de vítimas fatais, o que evidencia a violência tão
rapidamente empregada. Fez referência ainda às regiões mais afetadas por
saques, bombardeios e incêndios. As áreas mais afetadas da cidade foram Brás,
Belenzinho, Mooca, Ipiranga, Cambuci e entre as indústrias mais atingidas
constam Sociedade Anônima Scarpa, Matarazzo & Cia, Ernesto de Castro,
Motores Marelli, Moinho Gamba, Moinho Santista, Reickman & Cia, etc.
ESTAÇÃO VILA MATILDE
Tropas legalistas acampadas na estação de trens de Vila Matilde, durante a
Revolta de 1924.
Caixa d'água que havia no bairro da Luz, atingida por tiro de canhão na revolta de julho de 1924. Logo após o ataque, a caixa d'água foi demolida.
Trincheiras revolucionárias em frente ao Quartel da Força Pública, na avenida Tiradentes, durante a Revolta de julho de 1924.
Trincheiras revolucionárias abandonadas em frente ao Quartel da Força Pública, na avenida Tiradentes, durante a Revolta de julho de 1924.
Carta ao proletariado paulista pede apoio aos revolucionários de 1924
Revolucionários de 1924 fazem apelo aos “camaradas da gloriosa marinha de Guerra
Revolução de 1924: Foto de abrigados, enfermeiros da Cruz Vermelha e auxiliares no Mosteiro de S. Bento
Revolução de 1924: Incêndio atinge o Crespi
Cartaz para divulgar ao povo as vantagens em participar como voluntário das forças revolucionárias de 1924
Uniforme Emblema de ombro e do capacete
Na foto acima podemos observar um carro de combate Renault FT-17 com torre redonda e canhão Puteaux de 37mm, juntamente com algumas equipagens de outros carros, tendo à direita um chefe do carro e à esquerda alguns motoristas-mecânicos. Vê-se também a barra de sustentação para ajudar na travessia de trincheiras e fossas, onde se encontram presas algumas correntes e diversos objetos da tropa, como mochilas, cobertores, etc. Esta foto foi tirada na cidade de São Paulo – SP, durante a Revolução de 1924.
Outra foto na Revolução de 1924 que ilustra bem a posição do emblema no carro. Notar também o terreno onde o mesmo foi empregado. Este carro possui torre octogonal (Renault) e está armado com metralhador Hotchkiss de 7mm.
A estação, ao fundo, em 07/1924. À sua frente, soldados do 2o batalhão de artilharia. Foto da Revista da Semana, de 09/08/1924
Soldados do 2o batalhão de artilharia posam na estação, durante a revolução de 1924. Foto da Revista da Semana, de 09/08/1924
Soldados Revolucionários comandados pelo Tenente Cabanas em 1924.
Cena da revolução de 1924.
Fábrica da Crespi após bombardeio
Resenha:
O tenentismo
Características
O custo de vida estava mais alto, a população reivindicava por votos
verdadeiros, que pudessem ser diretos e que fossem controlados pelo Poder
Judiciário. O tenentismo foi um nome usado pelo fato de alguns oficiais, sendo
sua maioria tenentes do exército Brasileiro, começarem um movimento político
militar, e algumas rebeliões que ocorreram no ínicio da década de 1920,
requerendo reformas na política. Mas tinham uma inspiração comunista, queriam
reformular a estrutura do poder no país, colocando algumas idéias como, a
instituição do voto secreto, reformar o ensino público, para que o comunismo
acabasse tomando o poder.
Os
participantes
Devemos considerar o nível social dos militares da época, alguns tenentes eram
da classe média, já outros pertenciam as famílias mais tradicionais, mas isso
não é o bastante para esclarecer o movimento tenentista, também precisamos
levar em conta que os tenentes pertenciam às Forças Armadas, uma fundação
própria da sociedade, deixando o movimento com a idéia de proteção nacional, e
que poderia tirar proveito da via armada. Dentre os tenentes que faziam parte
do movimento, destacamos Luís Carlos Prestes.
As etapas
do Tanentismo
Os “18 do Forte” de Copacabana, 1922
Em 5 de julho de 1922, 18 jovens se rebelaram contra a sucessão presidencial,
tentando evitar a posse de Artur Bernardes. Nesse confronto desigual com as
forças do governo, dos 18 jovens apenas 2 sobreviveram, os tenentes Siqueira
Campos e Eduardo Gomes
A revolução de 1924- São Paulo
A revolta de 1924 ocorreu em São Paulo no dia 5 de julho com cerca de 1000
homens que se posicionaram em locais estratégicos, com o objetivo de tirar do
poder o presidente Artur Bernardes.
Mais uma vez o grupo de tenentes viu a derrota e rumaram em direção ao interior
de São Paulo, e depois para o oeste do Paraná, onde em 1925 a coluna paulista
encontrou-se com uma coluna revolucionária, que estava sob o comando de Luiz
Carlos Prestes, vindo do Rio Grande do Sul, um tenente que também estava em
oposição à administração política brasileira. Com a união dessas duas colunas
surge a Colunas Prestes.
A coluna
Prestes- 1924 / 1927
A Coluna Prestes foi um movimento militar que visava mudar e reformular a
política no Brasil, sua existência foi de 1925 a 1927, e estava ligada ao
tenentismo. Seus ideais principais eram: o voto secreto e um ensino público com
qualidade. A coluna Prestes teve como comandante principal Miguel Costa e de
Luís Carlos Prestes.
Esse movimento chegou a percorrer mais de 24.000 Km do interior do país, onde
falavam das reformas políticas e sociais, ganhando assim a confiança de muitos
para que pudessem combater o presidente Artur Bernardes e logo depois
Washington Luís.
Foram exatamente 53 combates iniciados pela Coluna Prestes, sendo que em nenhum
desses ela foi derrotada. Apesar disso, a coluna foi um fracasso politicamente,
o povo se colocou em oposição ou indiferente ao movimento.
Todo esse fracasso, evidenciou que o tenentismo não tinha capacidade de
conquistar o poder com as próprias mãos.
CRÉDITOS/AGRADECIMENTOS/Bibliografia:
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Revolta Paulista de 1924 - Wikipédia, a enciclopédia livre http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Revolta_Paulista_de_1924&p...2 de 3 26/05/2010 15:57
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S. Paulo triumphante, Folha do Povo, Ano I, número I, Itapetininga, 6 de agosto de 1924. 1.
Os movimentos tenentistas na visão do Exército Brasileiro (http://www.exercito.gov.br/01Instit/Historia/sinopse/geracoes.htm)
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_Paulista_de_1924"
Categorias: História de São Paulo | Tenentismo | Revoltas no Brasil | 1924 no Brasil
Museu de Polícia Militar do Estado de São Paulo.
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