Série Avenida Paulista: Belvedere ao MASP
O jornal O Estado de São Paulo divulgou em sua coluna “Era uma vez em SP…”a história
do Belvedere que
compartilhamos aqui:
O charmoso mirante, com salões e
restaurante, existiu por 37 anos no local onde hoje é o MASP. O Belvedere
Trianon era um mirante, com terraços panorâmicos que proporcionavam a vista
para todo o vale, para a avenida e para os jardins do Parque Trianon. O local
também era conhecido como Miradouro da Avenida ou apenas o Belvedere da Avenida
(…). O escritório de arquitetura de Ramos de Azevedo, um dos mais conceituados
na época, assinava a obra.
Além dos terraços, também faziam
parte do belvedere salões para festas e convenções com serviços de restaurante
e confeitaria. A inauguração foi realizada com pompa em 12 de junho de 1916. Na
festa, “o sr. dr. Washington Luís, prefeito da cidade, recebeu os convidados, à
entrada do Miradouro”, no luxuoso restaurante e nos salões (…).
Em
pouco tempo, o espaço tornou-se um local de encontro da alta sociedade
paulistana, algo como um clube. (…). Festas, concertos, bailes, “soirées”,
reuniões e um “fino serviço de chá”, o “five
o’clock tea”, estavam entre as constantes ofertas de lazer do
espaço.
Depois da crise do café, no final da década de 1920
(…) o espaço deixou de ser restrito à elite e se tornou um ponto turístico. No
lugar do requintado restaurante e dos salões, que foram fechados, um bar, que
servia sorvetes e refrigerantes, passou a atender o novo público do mirante.
Uma academia de dança passou a ocupar os salões inferiores. Madame Poças
Leitão, (…), era a responsável por ensinar a arte do fox
trote e do chá-chá-chá aos rapazes e moças.
O Belvedere Trianon pode ser visto ao alto. Abaixo ficava o terreno que
mais tarde deu lugar à Avenida Nove de Julho.
Belvedere do Trianon entre 1910 e 1915 - Acervo: Estadão
Belvedere – julho 1925
Belvedere Trianon na década de 1920. Acervo: Estadão.
Belvedere 1934
Belvedere do Trianon década 1920 - Acervo: Estadão
Belvedere do Trianon-1926
Belvedere Trianon – 1943 – Foto: Thomaz Farkas-IMS
Belvedere Trianon -Rotogravura-de-1928 – Ao fundo Observatório de São Paulo
– Acervo-Estadão
Salões Belvedere do Trianon 1916
Demolição do Belvedere do Trianon em 1947
Em 1953 o
belvedere chegou ao fim. Foi demolido para ceder espaço à 1ª Bienal de Arte
Moderna da cidade. Após o sucesso do evento, a prefeitura doou o terreno
para construção do Museu de Arte de São Paulo, inaugurado em 1968.
Concebida
no âmbito do MAM/SP, a primeira Bienal foi inaugurada em 20 de outubro na
esplanada do Trianon. O espaço, projetado pelos arquitetos Luís Saia e Eduardo Kneese de Mello, deu lugar a 1.800 obras de 23 países, além
da representação nacional. A primeira edição ocorreu devido aos esforços do
empresário e mecenas Francisco Matarazzo Sobrinho e de sua esposa Yolanda
Penteado.
Construção do Pavilhão da Primeira Bienal de São Paulo em 1951
Pavilhão da Primeira Bienal de São Paulo em 1951
Montagem da primeira Bienal em 1951 – Foto: Peter Scheier
Cartaz de Antonio Maluf para a Primeira Bienal
de São Paulo
O site do
MASP, no menu sobre sua história, publicou esse trecho que disponibilizamos
aqui:
“O MASP é considerado o mais importante museu de
arte ocidental do Hemisfério Sul. Seu acervo possui atualmente cerca de 8 mil
obras, dentre as quais destacam-se as pinturas ocidentais, principalmente
italianas e francesas.
O edifício sede do museu é o ícone da cidade de São
Paulo, com 11.000 metros quadrados divididos em 5 pavimentos e com vão livre de
74 metros. Em 1982 foi tombado pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado e em 2003 pelo IPHAN –
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Fundado em 1947, o MASP foi idealizado por Assis
Chateaubriand, empresário e jornalista, e Pietro Maria Bardi, jornalista e
crítico de arte italiano. (…) Uma nova sede, na
próspera Avenida Paulista, foi projetada por Lina Bo Bardi. Foram 12 anos entre
projeto e execução. ….Assim nasceram as quatro colunas
do atual museu com um vão livre de 74 metros, assim nasceu um dos cartões
postais da cidade de São Paulo, que foi inaugurado em 1968. (…)
A inauguração do novo prédio contou com a presença
da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, além das maiores autoridades brasileiras
da época e uma grande participação popular em frente ao edifício.
Como o prédio foi projetado suspenso pelas quatro
colunas e a vista da Paulista para o centro da cidade fosse preservada, foi
concebida uma esplanada abaixo do edifício. Conhecida hoje como “vão livre”,
havia sido idealizada por Lina como uma grande praça para crianças, famílias,
com brinquedos e muitas plantas. As colunas do edifício foram pintadas de
vermelho somente em 1990 na ocasião dos 40 anos do museu, (…) obedecendo o
projeto original de Lina Bo Bardi.”
Foto: Acervo Instituto P.M. e Lina Bo Bardi
Foto: Hans Günter Flieg
Foto: Luis Hossaka
Colocação dos vidros na fachada do MASP. Acervo Instituto P.M. e Lina Bo
Bardi
.
Lina Bo Bardi na construção do MASP
Masp em construção. Lina Bo Bardi ao lado da pintura “O escolar”, de Van
Gogh. Foto: Lew Parrela
A Rainha Elizabeth II da Inglaterra desfilando em carro aberto pela
Avenida Paulista em 8 novembro de 1968, data da inauguração da nova sede do
Masp juntamente com o marido Príncipe Philip.
MASP em 1968
Espelhos d’água em frente ao MASP intactos em 1970. Acervo: Estadao
Em frente ao MASP – Museu de Arte de São Paulo Acervo: Estadão. Foto:
Hans Günter Flieg
Espelhos d’água vazios. Acervo: Estadão
O espelho d’água foi retirado em 1973 por causa do encurtamento das
calçadas previsto no projeto ‘Nova Paulista’. Acervo: Estadão
Revitalização MASP. Foto:Luiz-Sadaki
Hossaka
Intervenção da artista Regina Silveira nas janelas do Masp. Silveira
revestiu as 202 janelas do edifício com imagens de um céu com nuvens, simulando
um bordado em 2010.- Foto: Aristóteles Alves Ferreira
Colunas vermelhas pintadas em 2011 pela Suvinil Tintas
Paulistana
até a alma, nasceu no Hospital Matarazzo, no coração de São Paulo. Passou parte
da vida entre as festas da igreja Nossa Senhora Achiropita,
os desfiles da Escola de Samba Vai-Vai e as baladas da 13 de maio no bairro da
Bela Vista, para os mais íntimos, o Bixiga. Estudou no Sumaré, trabalhou na
Berrini e hoje mora em Moema. Gosta de explorar a história e atualidades de São
Paulo e escreveu um livro chamado “Ponte Estaiada –
construção de sentidos para São Paulo” resultado de seu mestrado em Comunicação
e Semiótica na PUC. É consultora em planejamento de comunicação e professora de
pós-graduação no Senac.
https://spcity.com.br/serie-avenida-paulista-belvedere-ao-masp-exposicao-fotografica-virtual/