9 de julho, e uma daquelas datas que corre na veia dos paulistas e brasileiros.
Às 23 horas da noite de 9 de julho de 1932, sob o comando do General Isidoro Dias Lopes e do coronel Euclides Figueiredo, chefes do Estado Maior Revolucionário, explodiu o movimento militar dos paulistas contra Getúlio Vargas, uma guerra civil, o maior conflito militar do Brasil no século XX.
Quase uma consequência de outra data, 23 maio do mesmo ano onde quatro estudantes foram alvejados, colocando em clima de estrema tensão a revolta popular conta a ditadura de Getúlio Vargas. Eram Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas iniciais deram origem ao movimento MMDC, que se tornou organização civil. No dia 10 de agosto de 1932 o Governador Pedro de Toledo assinou o Decreto nº 5627 denominando a sigla M.M.D.C. como símbolo da Revolução.
A guerra civil durou três meses, envolveu todo o Estado com participação de civis, militares, para-militares, que se empenharam em ajudar na luta pela democracia, pela volta da Constituição, jogada no lixo pelo golpe de Vargas.
Em 1930 logo que Getúlio tomou o poder, imediatamente suspendeu a Constituição de 1891, dissolveu o Congresso Nacional, e por Decreto, assumiu poderes ilimitados de presidente, atitudes ditatoriais.
Substituiu todos os governadores e prefeitos e nomeou em seus lugares interventores federais, os “tenentes”. A substituição em massa das autoridades das cidades paulistas revoltou os 7 milhões de habitantes do Estado, que passou, assim, a ser uma terra conquistada pelos “tenentes”, os revolucionários de Getúlio, membros da então Legião Revolucionária e do Partido Popular Paulista.
Os representantes do Getúlio nos postos de comando do governo estadual, passaram a ter atitudes que não agradavam às lideranças do Estado e a medida que o tempo ia passando, o sentimento de revolta ia aumentando. Um dos manifestos publicados na época mostrava essa revolta explosiva:
“São Paulo repele com energia a intervenção de falsos guias e pretensos salvadores… Basta de sofrimentos e humilhações, de decepções e sobressaltos…” O sentimento de revolta dos paulistas contra Getúlio Vargas e seus representantes começa a explodir em manifestações populares, culminado nos incidentes do dia 23 de Maio, e depois com o 9 de Julho.
O significado desta data e a história da revolução são abaixo retratados.
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
A ameaça à democracia foi contida apesar da derrota militar, pois nos dois anos seguintes (1933 e 1934) uma constituinte e uma constituição foram homologadas, restabelecendo o curso normal do país.
Nos dias atuais, vê-se novamente a democracia ameaçada, e muito provavelmente passa pela mente de muitos que talvez fosse necessário mais um 9 de julho, se possível sem um 23 de Maio.
Aos heróis a glória e o agradecimento aos que deram suas vidas para o bem comum maior. Salve 9 de Julho !!