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Um rítmo do demônio…

No ultimo dia 13 de Julho, comemoramos o dia mundial do Rock, que ganhou seu dia pelas mãos de Bob Geldof em 1985 pelos Festivais Live Aid que promovia para causas humanitárias, e reunia grandes nomes e celebridades da música alinhados a estas causas.

Contudo o Rock antes de ser “Rock” foi “Rock´n´Roll”, movimento que tem uma formatação lá no final da década de 40 e anos 50 do século passado. Resumidamente, considere uma base de “Blues”, uma pitada de “jazz”, um pouco de “Country & Western”, umas gotas de “Gospel” e uma porção a gosto de “Swing”. Misture tudo num caldeirão na cadência de um tipo especial de “Blues” chamado “boogie-woogie”, e tem-se o famoso “Rock´n´Roll” assim demoninado por um Disc-Joquei famoso chamado Alan Freed de Cleveland.

Normalmente as bandas de rock and roll possuiam além do instrumento predominate, a guitarra, tinham contrabaixo (que após 1950, passou a ser baixo elétrico) e uma bateria. Nos primórdios do rock and roll também se utilizava o piano e metais, (especialmente o saxofone) frequentemente como instrumentos bases, e depois muitos outros instrumentos foram incluidos

A batida é essencialmente de um tipo de blues chamado boogie-woogie com presença marcante do piano. A enorme popularidade e eventual visão no mundo inteiro do rock and roll deu-lhe um impacto social único. Muito além de ser simplesmente um gênero musical como visto nos filmes e na televisão e de acordo com a mídia que se desenvolvia na época, influenciou estilos de vida, moda, atitudes e linguagem. Ele começou a gerar vários sub-gêneros – como o próprio “Rock” que se consolidou da metade dos anos 60 até os dias de hoje.

Detalhamente, as origens do rock and roll remontam na transição entre as décadas de 1940 e 1950, através de uma combinação de diversos gêneros musicais (predominantemente afro-americanos) populares naquele momento. Estes incluíram: o gospel norte-americano, a folk music, o blues – em especial as formas elétricas desenvolvidas em Memphis, Nova Orleans, Texas, e outros lugares – à base do boogie woogie tocado no piano e um jump blues que foram se tornando conhecidos coletivamente como rhythm and blues. Também adicionaram-se influências de country music e jazz.

Todavia, elementos e similaridades do rock and roll podem ser ouvidos em gravações country da década de 1930 e blues dos anos 1920. Quando muitos brancos norte-americanos experimentaram o jazz e o blues afro-americanos, que frequentemente, era relegada a condição de produto musical racial (código da indústria fonográfica para estações de rádio de rhythm and blues) e raramente era ouvida pela corrente majoritária branca. Poucos músicos negros de rhythm and blues, notadamente Louis Jordan, The Mills Brothers e The Ink Spots, alcançaram algum sucesso. O gênero western swing da década de 1930, geralmente tocado por músicos brancos, também seduziu fortemente o blues e diretamente influenciou o rockabilly e o rock and roll, em cantores com Bill Halley, Elvis e Gene Vincent para citar alguns.

Mas esta “salada” de estilos musicais, culminou por chocar, em seu estilo dançante, que encontrou uma sociedade americana de pós guerra altamente conservadora, e repudiando com todos os meios que possuia, a “nova onda” da juventude, sendo tipificada como “Juventude Transviada” em muitas esferas sociais.

Governadores, Prefeitos, Xerifes de várias cidades, religiosos, confrontaram-se dinamicamente com os “disturbios” promovidos pela nova moda e com uma juventude tomada pelo rítmo alucinante. Grande impacto social se estabeleceu.

Bill Halley, o pioneiro, apresentava-se com sua banda “The Comets”, todos bem vestidos com ternos e gomas (brilhantina, hoje Gel) nos cabelos, para reduzir o impacto da “rebeldia”. Mesma técnica foi relançada 11 anos depois com os Beatles e Rolling Stones, para também diminuir o impacto na sociedade conservadora inglesa, e buscar uma melhor aceitação a nova musica e ritmo.

Mas a moda recebeu todo tipo de denominações: a dança do demonio, coisa do diabo, ritmo dos pervetidos, contracultura subversiva, jovens transviados e muitos outros que se perderam na História. Alertou também autoridades fora dos Estados Unidos, como por exemplo quando chegou ao Brasil em 1956.

Naquele ano, o ‘novo estilo’ provocou confusão em São Paulo no primeiro dia de exibição nos cinemas do filme Ao balanço das horas (Rock around the clock). O então governador Jânio Quadros, com receio do “ritmo selvagem” da nova música e dança, além de seus “efeitos histéricos que já havia causado nos Estados Unidos e Europa”, baixou portaria proibindo a entrada aos menores de 18 anos.

Numa primeira leva, sugiram Bill Halley, Little Richard, Buddy Holly, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis Elvis Prtesley, Gene Vicent e Wanda Jackson, para citar os mais importantes, que enfermizavam os bailes e festas da Juventude como pode ser vista nos vídeos:


Depois de 8 anos propagando a “nova música e ritimo”, Bill Halley vem ao Brasil. Mas pelas radios já ouvíamos rock´n´roll de Bill, Chuck Berry, Little Richard e Elvis durante a metade final dos anos 50

A chegada de Bill Halley e seus Cometas no Brasil em 1958:

O Rock and Roll através de seu estilo dançante “boogie woogie”, sobrevive na sombra do “Rock” até os dias atuais e se espalhou pelo mundo todo.

Shows e eventos flashback aparecem com frequencia além de concursos de dança e música, perpetuando o outrora rítmo do demônio. Abaixo uma amostra de um concurso realizando em 2011 em Moscou (World cup boogie-woogie):

O Rock, simplesmente, que surgiu como sub-produto do Rock´n´Roll na década de 60 não é tão “dançante”, e evoluiu para uma variedade de experimentações. Ainda sim seus únicos representantes pioneiros e legítimos (e ainda vivos) são Chuck Berry (dos anos 50) e os Rolling Stones (dos anos 60).

Seja como for, tanto o Rock and Roll e seus subprodutos são merecedores de um dia para comemorar, além de outras manifestações.

Fazendo uma reflexão de toda a história do Rock, certamente aquelas famílias tradicionais que viam o rítmo Rock´n´Roll manifestado em encontros de jovens como algo demoníaco, certamente teriam ataque de nervos ao ver os encontros de jovens de hoje sob rítmos alucinantes estimulados por drogas, alcool, violências, prostituições e etc.

VIVA o ROCK !!


Veja também:

The Rock and Roll Hall of Fame and Museum
Bill Halley and his Comets
Chuck Berry
Jerry Lee Lewis
Wanda Jackson
Little Richard
Elvis Presley
Gene Vincent
The Beatles
The Rolling Stones
Boogie Woogie Piano


Updated: 24/07/2012 — 1:33 am