Em 1920 um jovem físico russo de nome Léon Theremin (Lev Sergeevich Termen), pesquisando sensores de proximidade, com apoio do governo, conseguiu de fato inventar um instrumento que levaria seu nome, o Theremin.
Depois de uma longa viagem pela Europa para demonstrar sua invenção, mirou os Estados Unidos, onde teve a oportunidade de patentear sua invenção, recebendo em 1920 o registro US1661058.
O seu “Theremin” acabou por ser considerado um dos primeiros instrumentos musicais totalmente eletrônicos, pois ele é controlado por duas antenas, que conforme a posição das mãos o músico controla osciladores de frequência com uma delas, e com a outra a amplitude (volume), de maneira que não é necessário tocar fisicamente o instrumento. Os sinais elétricos produzidos pela posição das mãos próximas as antenas são então amplificados e enviados para uma saída de audio.
Theremin tocando sua própria invenção
Quando conseguiu sua patente, Theremin cedeu os direitos de produção à RCA, que o lançou com a denominação de Thereminvox, no inicio dos anos 30 do século passado, mas apesar de não ter sido um sucesso comercial, ele produziu fans mundo afora em audiências musicais e gerando músicos especialistas em usá-lo como Clara Rockmore, que realizou uma turnê de concertos dentro dos Estados Unidos, para divulgar o mais novo instrumento musical da RCA.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Thereminvox caiu em desuso entre os músicos, já que novos instrumentos eletrônicos foram inventados e mais fáceis de usar, pois havia um contato físico para execução das notas, ao passo que o Theremin tinha sua complexidade musical pois era um raro instrumento tocado sem um contato físico.
Um demonstração e explicação do Theremin por Bianca Jordão
Mas o interesse pelo Theremin, se manteve nas mãos de hobbystas, apreciadores de eletrônica, historiadores musicais, ou seja o instrumento não teve sua morte decretada com o passar do tempo.
Na década de 50 um colegial entusiasta de eletrônica chamado Robert Moog começou a construir Theremins e a publicar vários artigos sobre sua construção, tendo inclusive criado e vendido kits para se construir o exótico instrumento.

Theremin montado a partir do kit elaborado por Robert Moog: a antena à esquerda controla o volume, enquanto a vertical controla a frequência dos osciladores.
Em 1994 com o lançamento do filme Theremin: An Electronic Odissey o Theremin voltou ao interesse novamente, e passou a ser utilizado por músicos mais contemporâneos, além de presente em muitos concertos.
Apesar do som do Theremin poder ser reproduzido pelos sintetizadores modernos, muitos músicos gostam de ter e tocar um Theremin de verdade, daqueles feitos com uma eletrônica pura e discreta.
Um desses músicos contemporâneos, Jimmy Page do Led Zeppelin, tem bom relacionamento com este instrumento, conforme demonstra para seus colegas the Edge (U2) e Jack White :
A clássica canção “THE LONG AND WINDING ROAD “ uma das últimas músicas que os Beatles fizeram juntos (1970) antes da separação do grupo. Para Peter Pringle, foi uma experiência tentar jogar com a precisão Theremin e cantar ao mesmo tempo. Veja como ficou:
Ou a 7ª Sinfonia de Beethoven com vários Theremins:
Com esta sonoridade única e exigindo uma habilidade musical peculiar, o Theremin é certamente um desses instrumentos bem exóticos, e com uma aplicação muita ampla de sons.
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Achei interessante! Abs, Eliana
Amaral, que bela reportagem, valeu mesmo
Excelente artigo Amaral.
Nunca tinha ouvido falar no Theremin e as pessoas que o dominam são artistas muito sensíveis. O Russo foi brilhante. Paz, Pimenta
Este instrumento eu não conhecia. Muito interessante! Alan