“Wind Lens”, uma solução pós Fukushima…

Após o desastre nuclear de Fukushima, a energia renovável entrou em franco crescimento no Japão. Contudo as questões econômicas também estão ajudando reviver apoio para a energia nuclear, dando origem a uma guerra sobre o futuro energético do Japão.

Uma dessas energias renováveis é a energia eólica que com o avanço tecnológico japonês tornará este tipo de energia mais barata do que nuclear.

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Um sonho possível. Geradores “wind lens” sobre o mar

Uma inovação aerodinâmica chamada “wind Lens” surpreendente desenho de turbinas pode triplicar a produção de uma turbina eólica típica, tornando-a menos cara do que a energia nuclear.

Imaginem um cenário sem o poder do carvão, sua sujeira e suas mortes por mineração, sem desastres nucleares, sem mais agua poluídas para gerar energia e pensem em uma sociedade alimentada pelas tranquilas turbinas “wind lens” da Universidade de Kyushu, onde está uma das muitas inovações que acontecem hoje, que num futuro muito próximo podem tornar este cenário atual numa realidade.

Na verdade, é uma visão sublime, e a tecnologia que precisamos agora está disponível tendo como benefício a obtenção de uma produção de energia com recursos gratuitos e ilimitados.

fluxo do ventoUma “wind lens” é uma modificação feita em uma turbina de vento normal para torná-la de uma forma mais eficiente em captar energia eólica. A modificação é uma estrutura em anel chamado “borda” ou “wind lens” que rodeia as lâminas, onde a passagem de ar na saída de escape atrás das lâminas, produz uma turbulência criado como resultado uma zona de baixa pressão atrás da turbina, fazendo com que uma maior quantidade de vento passe através dela, aumentando a rotação das lâminas e produzindo mais energia do que um sistema eólico normal.

Com pioneirismo, no Japão, as “wind lens” estão sendo pesquisadas e desenvolvidas na Seção de Engenharia de vento, da Universidade de Kyushu. Seus pesquisadores dizem:

“A energia eólica é proporcional à velocidade em cubos vento. Se conseguirmos aumentar a velocidade do vento com algum mecanismo, utilizando a natureza dinâmica de fluidos em torno de uma estrutura, ou seja, se é que podemos captar e concentrar a energia eólica a nível local, o poder de uma turbina eólica de saída pode ser aumentada substancialmente.

Na seção de energia eólica, de nossa universidade, um novo sistema de turbina de energia eólica eficiente tem sido desenvolvido que baseia-se num sistema com uma moldura difusora na circunferência do seu rotor para incorporar a concentração de energia eólica. Este sistema difusor é que chamamos de “wind lens”.

windlens-2Para aplicar a estrutura de “wind lens” para uma turbina de tamanho maior, temos desenvolvido um dispositivo de coleta de aceleração compacto. Há vários projetos em andamento, em que as turbinas de “wind lens” estão sendo desenvolvidas”.

Um parque eólico de "wind lens", onde cada torre pode gerar 5kW.

Um parque eólico de “wind lens”, onde cada torre pode gerar 5kW.

Não há dúvidas que a energia eólica tem potenciais surpreendentes e tem sido usada por inúmeros países, e com a “wind lens”, que é um aperfeiçoamento da captação de energia eólica normal utilizada, são promissores a adesão ainda mais deste tipo de obtenção de energia, contribuindo para substituir as penosas fontes atuais de energia elétrica.

Os ensaios e testes que estão em andamento, mostram relatórios que sugerem um grande ganho de duas ou até três vezes se comparados com os resultados de turbinas eólicas convencionais.

Ganhou muito impulso no Japão trabalhar com energia eólica nestes últimos anos. O Japão tinha planejado investir uma grande quantidade de recursos para aumentar sua rede de energia nuclear nos próximos anos.Isso foi antes do terremoto e do tsunami de 2011 e as ocorrências desastrosas de Fukushima. Esses eventos lançaram uma sombria percepção sobre os planos nucleares do país, após o pior desastre nuclear desde Chernobyl.

Como o Japão não tinha muitos recursos naturais para a geração de energia, a energia nuclear foi uma escolha natural para o seu povo. Muito dinheiro foi investido na produção e distribuição de energia nuclear, e agora este tipo de energia sinaliza que nem todos os planos e projetos serão realizados neste sistema de geração. É onde entram outras formas mais “limpas”, como a eólica e as “wind lens” , que resumidamente concentra o fluxo de ar similar a uma luz que passa pela lente para focalização. O círculo da turbina possui um anel que se curva para dentro, e este dirige o fluxo de ar, e acelera a velocidade.

Isto é mais um desenvolvimento dos sempre criativos e inventores japoneses que está revolucionando o sistema de geração e que cujos resultados apontam para a triplicação de produção de energia e ainda reduzindo o ruído que as turbinas convencionais causam.

Como o Japão é uma ilha, ele vai ser capaz de fazer pleno uso dos parques eólicos, uma vez que é aí que os pesquisadores sentem que esta nova tecnologia vai ser o maior sucesso. As “wind lens” podem flutuar em plataformas em forma de hexágonos, no mar, e não estarão sujeitos a grandes ondas ou tsunamis, já que estes alcançam seu poder destrutivo apenas ao aproximar-se da linha costeira.

Um parque eólico de "wind lens" no mar

Um parque eólico de “wind lens” no mar

Na cidade japonesa ocidental de Fukuoka, há duas torres de vinte e cinco pés acima de um pequeno parque. Eles se parecem com um estranho tipo de moinho de vento, com pequenas lâminas rodeadas por um anel. E o seu inventor diz que não há outra grande diferença.

“Ele pode girar por si mesma para enfrentar o vento”, diz Uji Ohya, professor da Universidade de Kyushu de Fukuoka.

O trabalho de Ohya faz parte de uma explosão de atividades para estudos de geração de energia renovável desde o desastre de Fukushima, em 2011.

windlens-1Em seu laboratório, ele usa um túnel de vento e câmeras ultra violeta para mostrar como suas turbinas criam áreas de pressão para concentrar a energia do vento.

Mas o engenheiro diz que ele é motivado mais do que apenas pela paixão de uso da “energia verde”. Ele quer que o Japão abandone a energia nuclear, para sempre.

“Como engenheiro e pesquisador, posso dizer uma coisa”, diz Ohya. “Todos os produtos tecnológicos podem falhar inesperadamente” e Fukushima deixou claro isto, de como as consequências de uma falha nuclear podem ser catastróficas.

As pesquisas dizem que mais de 70% dos sentimentos anti-nucleares tomaram conta do povo japonês, diz Ohya.

Há dois anos, a energia nuclear, era responsável por cerca de trinta por cento da eletricidade do Japão, caminhando para um planejado de 50 por cento, nos próximos anos, mas depois de Fukushima, o governo quase imediatamente desligou todos seus reatores restantes para uma revisão de segurança completa, e logo anunciou que iria abandonar a energia nuclear por completo por volta de 2030.

Portanto as “wind lens” são a grande promessa para o Japão e certamente para outros países, de uma fonte de energia renovável a custos menores e com “zero” risco de catástrofes de todo o tipo, e é certamente uma solução promissora pós Fukushima, apesar da cadeia de produção de energia nuclear manter seu “front” na guerra e os conservadores ainda defende-la e influenciar autoridades para mantê-la a pleno vigor e até ampliá-la. O tempo dirá….



windlens

 

Updated: 12/05/2014 — 11:08 am

1 Comment

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  1. Amaral,
    Temos muita coisa na natureza para nos servir. Bela matéria.
    Paz, Pimenta

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