Pois já se vão 20 anos, daquele momento triste, da perda, do vazio que ficou, e da esperança duvidosa se teríamos outro como ele.
Reviver 1994 e os anos seguintes foi realmente um trauma, uma ferida, mas como tudo na história, algum registro tem que ser feito para a posteridade, por mais doloroso que seja.
Movido por um impulso, que até hoje procuro explicação, fui até a Rodovia Hélio Smidt, com minha camcorder de quase 4 k, para recepcionar junto com uma imensa multidão, o corpo de Airton, chegando em São Paulo (aeroporto de Cumbica). Tinha uma grande força motora para gerar este registro, que embora doloroso poderia servir como um documentário para o futuro.
Consegui registrar momentos antes e durante a passagem do enorme cortejo fúnebre, todos com enorme emoção, que é a parte inicial mostrada no vídeo que apresento. Após este início, comecei a registrar os principais jornais televisivos da época na tecnologia que existia, o videocassete, completando o material com o próprio funeral no cemitério do Morumbi, a missa de 7º dia, o aniversário de um ano de sua morte e algumas das homenagens e programas especiais feitas para o Senna.
A carga emocional era muito forte, a então “pesada” fita VHS, foi guardada, e até esquecida por momentos. Com o passar do tempo as lembranças sempre voltavam tanto pela pressão da mídia, como pelo simples fato da Formula 1, ser um agente contínuo para se voltar no tempo e lamentar o ocorrido e analisar o que mudou…
Numa destas relembranças, em 2008, num destes inventários domésticos que se faz na vida, deparei-me com a fita ainda em bom estado, mas já apresentando alguns sinais de desgaste, e numa decisão difícil, resolvi converta-la para um DVD, para manter o registro daqueles momentos, com uma vida útil maior. Tive que fazer algum investimento para tornar esta conversão possível. Ficou muito bom o trabalho, embora muitas daquelas sutilezas do VHS, como algumas interferências, ajustes de tracking, oscilações, acabaram sendo perpetuadas também no DVD. E o DVD então numa embalagem adequada também foi guardado nos acervos pessoais.
E o tempo foi passando, e no ultimo domingo (30/03/2014), uma reportagem de uma exposição sobre Airton Senna em SP (veja abaixo), foi o estimulador para mais uma ideia, já que com a disponibilidade de tanta tecnologia, seria interessante o DVD sair de meus arquivos pessoais e ir para o compartilhamento público ?
Depois de algumas análises e avaliações, optei pelo “sim”, e estou contemplando a todos, com quase 5 horas, dos principais momentos daquele fatídico 1994, com alguma filmagem pessoal e de todos principais noticiários, já que o Brasil praticamente parou naquele final de Abril, no mês de Maio e no decorrer do ano. Considerem contudo apenas um documentário, pois a ferida exposta de novo 20 anos depois, é como disse, uma forte carga emocional, mas nos permite refletir muito sobre o legado deixado nestes anos todos e a falta que faz bons ídolos, não importa em qual atividade.
O título dado ao post, é apenas uma sintonia conclusiva, de que entregamos ao mundo um brilhante ser, e o mundo nos devolveu-o morto, e como tal (ou premio de consolação) tivermos que ver sua chegada e partida muito rapidamente…
- Praça de Eventos do Shopping Villa Lobos, Piso 1
- Até 21 de Abril, de segunda a sábado, das 10h às 22h; e aos domingos e feriados, das 12h às 20h.
- Av. das Nações Unidas, 4.777 Alto de Pinheiros 11-3024.3738
Pois é Amaral, já se passaram 20 anos e a fórmula 1, pelo menos para nós brasileiros nunca mais foi a mesma. Seria muito bom termos acompanhado um por período maior o Shumacher e o Senna juntos. Por ironia do destino o Alemão está na situação conhecida por todos. É realmente muito difícil esquecermos os espetáculos deste grande piloto, eu fiquei perdido nas manhãs de domingo e ainda não me encontrei!
Parabéns pelo trabalho!
Até hoje não consigo controlar a emoção da perda do Ayrton. Obrigado!
Abs. Lima
Amaral, Essa é uma grande homenagem ao Airton e ele merece com certeza. Abs, Eliana
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Obrigado Eliana,
Deu trabalho colocar este video imenso no Youtube, mas apesar do momento triste, fica ele como um documento publico.
Um abraço ! Amaral
Eu era da “Torcida Ayrton Senna” Organizada. A gente fazia a maior festa. Estudamos no mesmo colégio (Rio Branco – SP/SP), fui amiga da mãe dele por décadas, a Dona Neyde, sei onde moram. A morte do Ayrton matou algo dentro de mim. Fiz exatamente o mesmo que vc, só não tive forças para ir ver o “corpo”. Faltei quatro dias no trabalho, gravava tudo, comprava todos os jornais e revistas, fazia pastas e pastas de colagens. Foi um amor, além de um ídolo. Parabéns por este resgate. A geração de hj em dia não sabe quem foi o “Ayrton Senna do Brasil”; para mim, tão grande qto Pelé. Parece que foi ontem…. Parabéns, DE VERDADE !!!!!
Amaral,
Gostava muito dele. Estava fora e a Adelina gravou a chegada do corpo dele aqui no Brasil. Nunca tive coragem de assistir. Paz, Pimenta
Muito obrigado por compartilhar! Estamos todos chorando por aqui, mas valeu seu esforço, é história sim . Abs. Julio
Olá Amaral,
Achei barbaro o seu artigo e do filme nem se fala!
O Airton Senna de fato foi uma pessoa muito especial, tanto que ele fazia parte de cada familia brasileira e estava no coração de cada um de nós.
Como faz falta um grande lider e heroi no Brasil como modelo e inspiração e ele ocupava esse espaço. Abs, Eliana
Boa noite Sr luis, obrigado pela iniciativa.
Parabéns, são momentos intensos.Vou assistir aos poucos. Alexandre
Putz cara, não deu para ver todo o video, é muita emoção mesmo – San