Reforma urbana: A Praça das Artes…

Num ousado projeto, o centro de São Paulo ganhou a partir de dezembro de 2012, a Praça das Artes.

O espaço cultural projetado pelo escritório Brasil Arquitetura, no quadrilátero formado pelas ruas Conselheiro Crispiniano, Formosa (Vale do Anhangabaú), Av.São João e pela praça Ramos de Azevedo, além do Teatro Municipal.

No total 10 imóveis foram desapropriados, inclusive o o próprio Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, além dos cinemas Cairo e Saci outrora tradicionais cines pornôs da cidade.

Os acessos pela Avenida São João.

Os acessos pela Avenida São João.

Numa área de cerca de 28.500m², o espaço cultural contem o novo edifício para os corpos artísticos do Teatro Municipal, que são:

  • Orquestra Sinfônica Municipal,
  • Orquestra Experimental de Repertório,
  • Balé da Cidade de São Paulo,
  • Coral Lírico,
  • Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo
  • Coral Paulistano
  • Centro de Documentação Artística
  • Escolas de Música e de Dança

 Desta forma terá o Teatro Municipal a liberação do palco para seus espetáculos, promovendo assim um desafogo e ampliação de seus trabalhos em condições bem melhores. O atual Conservatório  abrigará as atividades, que até então não tinham seu espaço próprio, e o Quarteto de Cordas da Cidade terá no salão principal sua sede. Com isso O Teatro Municipal não é mais um equipamento cultural solitário na região central de São Paulo.

As manifestações artísticas então ganharam um novo espaço. A praça faz parte do projeto que pretende unir os endereços culturais no Vale do Anhangabaú.

As edificações marcadas são as que passaram por processos de reforma, demolição e readequação para execução do projeto.

As edificações marcadas são as que passaram por processos de reforma, demolição e readequação para execução do projeto.

“É o lugar onde a gente tem encontro de música, dança, teatro e, portanto, uma perspectiva de elevação e abandono da miséria desse centro”, dizia então o Secretário da Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil.

“É comum em outros países um maior contato entre alunos de música e de dança. Convém igualmente promover o encontro de profissionais dessas áreas e os coralistas”, dizia também o antigo secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.

“Até hoje esses conjuntos estavam espalhados pela cidade, sem condições de promover sinergia entre eles”, prossegue o secretário.

O local onde foram removidos edificações para continuidade de ampliação da praça das artes.

O local onde foram removidos edificações para continuidade de ampliação da praça das artes.

A marca forte do projeto são os espaços vazios criados nessa escavação do miolo da quadra, criando ligações entre ruas, espaços, circulação.

“Conforme a pessoa circula por dentro do prédio ela vai percebendo a cidade de diversos pontos de vista, que vão recortando visuais da cidade”, dizia o Marcos Cartum.

O renomado arquiteto conta que foram investidos no tratamento acústico das instalações. “Imagine que em um andar haverá um aluno de violino fazendo um solo e no andar de cima, um grupo de bailarinos pulando”, sem interferências nos ambientes explica. (Veja a galeria de imagens do local)

No último andar do complexo funcionará ainda uma área de fisioterapia para os bailarinos do Balé da Cidade, com direito a uma piscina para hidroginástica. A fachada é de concreto moldado em tábuas de madeira, com efeito singular.

O conjunto arquitetônico tem ainda uma área ao ar livre, com abertura para o Vale do Anhangabaú, que receberá o monumento em homenagem ao compositor Giuseppe Verdi, que estava instalado próximo do Municipal, além de um bar e um jardim.

 

A um  custo de implantação de R$ 136 milhões, o local divide com o complexo Cultural Júlio Prestes e da Luz grandes renovações urbanas do centro de São Paulo, orientando o então para a cultura e desenvolvimento educacional.

Este é mais um projeto que serve como impulso para a recuperação da região central, funcionando como mais um local de revitalização da área central. O projeto foi  idealizado pelo arquiteto Marcos Cartum, e desenvolvido pelo escritório Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz.(Veja a Ficha Técnica do Projeto completo).


Links Relacionados:


Vídeo: TV Cultura – Metropolis / Imagens: Prefeitura de São Paulo

Updated: 06/10/2013 — 4:31 pm

4 Comments

Add a Comment
  1. Olá Amaral
    Ainda não visitei as novas instalações. As antigas eram velhas conhecidas, como o próprio conservatório dramático. Mas fico feliz e esperançoso de que as mudanças trarão novas expectativas para o nosso “Centro velho”, hoje tao envelhecido e deteriorado.
    Na próxima passagem pelo vale , vou adentrar e conhecer o espaço.
    Gostei da coletânea de fotos. abs / Guirau

  2. Quem diria, o pulgueiro do Cine Cairo reformado deste jeito e servindo para outros eventos sofisticados. Valeu, A. Martinelli

  3. São Paulo tem uma capacidade de renovação fantástica. Gostei muito deste post. San

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *